nao, nao é pra voce ler.

pés no chao gelado. pés gelados no chao.
empurra o oculos, morde a boca, umedece os labios.
musica alta nos ouvidos. ouvidos altos na musica.
euforia, agonia. alegria, melodia. graça, desgraça. farça, trapaça.
levanta, senta e o balançar pra frente e pra tras como a maré de manha cedo. nao consigo parar. ainda nao consegui parar, eu nao quero parar. eu nao vou parar.
nao comecei mas ainda assim nao vou parar. a cabeça diz nao e sim, nao e sim, nao e sim.
os dedos frios se aquecem. os dedos aquecidos se esfriam.
a taça vem e volta, vem e volta. ela nao saiu do canto. tem um piano tocando, uma toca piando.
a satisfaçao me chega e vai embora. nao vou sair, nao quero sair, nao. sair. nao
os passos rapidos que nao vao longe. o caminho longe que nao vai rapido.
as paredes se abrinco e o mar fechando, o caos de tudo, a confusao do caos e a beleza de tudo isso junto. a bagunça .
o cheiro de fumaça, a nevoa, a temperatura baixa. a nevoa baixa, o cheiro de nevoa a temperatura com fumaça. o tilintar nos ouvidos.
a sensibilidade gritando como se o tempo estivesse acabando. vai liberdade, acende a vela e apaga essa tempestade.
o começo do fim, o fim do começo. o fim do começo, o fim do começo.
ela nao olhou pros lados ao atravessar a rua, mas nao quis que nada acontecesse. ela nao quis, nao quis, nao quis. nada aconteceu.
a poeira subiu e baixou. ela nao teve coragem de afastar tudo e começar a respirar novamente.
ninguém perguntou o porque, ela nao quis dizer. ela nao quis!